Controle de Processos

Usuário
Senha

Notícias

21/11/2018 - 12h01TJMG investe na construção de fóruns sustentáveisFóruns recebem inovações que visam à sustentabilidade ambiental

Sustentabilidade é um conceito que entrou em pauta, de maneira definitiva, na sociedade. Um número cada vez maior de pessoas toma consciência de que não é mais possível relacionar-se com o planeta, como se os recursos naturais fossem inesgotáveis, ou como se as ações humanas não pudessem gerar consequências nocivas para as gerações futuras. Assumindo seu papel nesse processo, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) busca recursos tecnológicos para dotar suas edificações de condições de sustentabilidade. Não apenas os novos prédios estão no alvo. O Fórum Lafayette, na capital mineira, passará por uma reforma que o dotará de persas soluções sustentáveis. O gerente de projetos da Diretoria Executiva de Engenharia e Gestão Predial (Dengep) do TJMG, engenheiro Ricardo Malta de Deus, explica que o olhar atento do Judiciário mineiro para a sustentabilidade de suas construções tem por objetivo, em especial, melhorar a eficiência e o aproveitamento de recursos naturais. Assim, a instituição  investe em projetos inteligentes, dentro dos preceitos da sustentabilidade, que primam também pelo bom uso de recursos públicos. Quando o tema é sustentabilidade, uma das mais importantes preocupações, observa o gestor, diz respeito à necessidade de economizar água, recurso natural esgotável que, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), será escasso para dois terços da população mundial, a partir de 2050. Por isso, muitas das soluções sustentáveis empregadas hoje nas edificações do Judiciário mineiro visam reduzir o consumo desse recurso. Entre as medidas adotadas está a utilização de torneiras automáticas e válvulas automatizadas para vasos sanitários e mictórios. Ainda no que se refere à economia de água, outra importante inovação, que deverá ser cada vez mais frequente nas edificações da justiça em Minas, são os sistemas para aproveitamento da água de chuva. “Ela é coletada nos telhados, percorre as calhas e, por meio de uma tubulação, é levada até um reservatório, projetado em razão das intensidades das águas de chuva da região e da demanda necessária. O recurso coletado é utilizado para irrigação de jardins e limpeza. Não estamos utilizando essa água para consumo ou para descargas, porque teríamos de fazer o tratamento dela, com custo mais elevado”, explica o engenheiro. O aproveitamento da água drenada do sistema de ar-condicionado é outra solução que será cada vez mais adotada nas edificações para economizar o recurso. O novo Fórum de Juiz de Fora, que se encontra em construção, contará com essa solução, bem como com um sistema para aproveitamento da água da chuva. Cerca de outros 17 novos fóruns, em licitação, e 12 outros, em fase de especificação, contemplam em seus projetos esses dois mecanismos. Novo fórum de Juiz de Fora deverá incorporar conceitos de sustentabilidade, como o reaproveitamento da água de chuva Eficiência energética A eficiência energética nas edificações também está sendo perseguida pela Engenharia do TJMG. Por isso, outra tecnologia que estará disponível para prédios da justiça estadual é o sistema fotovoltaico, composto por placas que convertem a energia solar em energia elétrica. A potência gerada é disponibilizada para a rede concessionária, permitindo diminuir os custos com o recurso. “Nos últimos anos, houve uma redução considerável do valor das placas fotovoltaicas. Antes, o uso desse sistema era inviável, pelo alto investimento financeiro que exigia. Hoje, ele se tornou muito interessante, com uma relação custo x benefício atraente, com retornos dos investimentos em prazos mais curtos”, explica o gerente. Edifício Liberdade é um projeto piloto do Judiciário para uso da energia fotovoltaica em suas instalações Projeto-piloto em BH Um projeto-piloto com o uso desse mecanismo está em teste no Edifício Liberdade, na capital mineira. O gestor explica que o inversor, peça do sistema fotovoltaico que transforma a corrente contínua em corrente alternada, possui uma “inteligência”: ele transmite dados para a rede do Tribunal e para a web. “Dessa forma, conseguimos, por meio de um sistema on-line, verificar, em tempo real, quanta energia as placas estão gerando”, explica. Por isso, a Dengep está, por meio do projeto-piloto, verificando em detalhes o funcionamento da inovação. “Temos expectativa de aplicá-lo em outras edificações, mas, dentro de uma boa prática de engenharia, estamos, primeiramente, avaliando com cuidado o aproveitamento do sistema”, conta. Pelos benefícios que poderá gerar na redução do consumo de energia, a ideia é que o sistema fotovoltaico seja considerado nos persos projetos de futuros fóruns e mesmo em edificações existentes. No momento, encontram-se em obra, em licitação, ou em especificação, 62 novos fóruns. Desses, um total de 18 contarão com o sistema fotovoltaico em seu projeto; nos demais, a tecnologia deverá ser instalada por meio de ata de registro de preço. “Dentro da preocupação com eficiência energética, nas novas edificações será utilizada também a iluminação em LED, que proporciona economia no consumo de energia, em comparação com as lâmpadas fluorescentes. Em edificações antigas, está sendo promovida, gradativamente, a troca das lâmpadas pelo modelo mais econômico”, acrescenta Ricardo Malta. Longevidade das edificações Outra importante premissa adotada nos projetos do Tribunal mineiro é a flexibilidade. “O TJMG vem passando por muitas mudanças. Recentemente, muitas adaptações foram necessárias em função do Processo Judicial eletrônico (PJe). Por isso, é importante que os espaços possam ser remodelados facilmente, sem desperdício de recurso”, esclarece o gerente. Assim, surgem as salas moduladas, em edificações flexíveis, nas quais é possível readaptar os espaços sem a perda de equipamentos ou pisórias. “A flexibilidade insere-se na preocupação com a longevidade das edificações, a sua eficiência no tempo. Estamos falando de prédios públicos, que hoje podem ter um uso, mas, no futuro, podem ter outros destinos. Por isso os sistemas precisam ser flexíveis, para garantir a duração deles. Evitamos, nas construções, vigas internas e recorremos ao uso de painéis e drywalls”, acrescenta o coordenador de projetos da Dengep, Newton de Pádua. Drywall é uma tecnologia de fechamentos internos que substitui as paredes convencionais de alvenaria, feitas de tijolo/argamassa ou concreto; ele é constituído de chapas simples ou duplas de gesso, com uma estrutura interna leve de aço galvanizado. O Tribunal busca ainda observar, sob o ponto de vista da sustentabilidade, os materiais da construção civil empregados em suas obras e reformas. Nesse sentido, um dos aspectos observados é o gasto energético necessário para a produção dos materiais. “É nosso dever observar essas questões. Ao definir o material, verificamos como ele é produzido, e como será descartado, ou seja, observamos a cadeia produtiva dos produtos para avaliar se eles estão engajados na preocupação com a sustentabilidade. Temos uma equipe de arquitetos e engenheiros constantemente atualizados no tema, participando de seminários e cursos para poder cada vez mais atuar com conhecimento do assunto”, conta o gerente. Qualidade de vida no trabalho Construções erguidas com a preocupação da sustentabilidade podem impactar diretamente na qualidade de vida no trabalho, com consequências também para a produtividade dos profissionais que atuam naqueles espaços. Segundo o coordenador Newton de Pádua, há quatro aspectos principais, a serem observados: a temperatura, a iluminação, a acústica e o mobiliário. Encontram-se hoje disponíveis no mercado, ressalta o coordenador, itens que contribuem para um ambiente de trabalho mais saudável, tendo em vista esses aspectos. “Temos buscado sistemas de ar-condicionado eficientes, mais silenciosos, apropriados para uso em escritórios, com regulagem de insuflamento. No que se refere à entrada de luz natural, buscamos um equilíbrio, pois mais luz significa mais calor. A iluminação artificial precisa ser bem distribuída no ambiente e equilibrada com a luz natural”, explica o coordenador, que lembra ainda que a acessibilidade aos cadeirantes, em 100% dos ambientes de trabalho dos fóruns, tem relação também com a questão da sustentabilidade. “Trata-se de uma exigência legal e o respeito a essa norma evita reformas futuras”, lembra. Fórum da capital A sustentabilidade nas construções não está disponível apenas para as edificações que ainda serão construídas. Idealizado em 1973 pelo arquiteto Roberto Pinto Manata, e reconhecido como uma das edificações mais emblemáticas da Justiça inteira, o Edifício Governador Milton Campos, que abriga o Fórum Lafayette, na capital, passará por uma extensa reforma, que, entre outros aspectos, contará com persas soluções sustentáveis. A obra está estimada em R$ 60 milhões. No momento, a equipe da Dengep trabalha na elaboração do projeto executivo da reforma. Fórum Lafayette passará por ampla reforma, com a inclusão de itens de sustentabilidade, como o aproveitamento da água pluvial Fórum Lafayette passará por ampla reforma O coordenador de projetos Newton de Pádua explica que o prédio contará com o aproveitamento da água pluvial e o reaproveitamento da água drenada do sistema de ar condicionado. “Além disso, estão sendo empreendidos estudos mais amplos para avaliarmos a possibilidade de aproveitamento de águas profundas, do lençol freático”, explica. Todo o sistema hidráulico da edificação, que data de quase 40 anos, será trocado, e serão utilizadas torneiras e válvulas de descargas automáticas e louças de alto desempenho. No que se refere à iluminação, serão utilizadas soluções em LED, que oferecem mais eficiência luminosa, com menor consumo de energia. O fórum contará também com um sistema fotovoltaico. “O edifício possui 8 mil metros quadrados de cobertura, e a expectativa é que uma boa parte dessa área receba as placas solares”, adianta Newton de Pádua. Cultura da sustentabilidade “Todos esses conceitos sustentáveis que estão sendo aplicados vão ao encontro dos anseios da atual Presidência do Tribunal mineiro, que reconhece que o sucesso dos empreendimentos não está ligado apenas à entrega da obra, à conclusão dela, mas à forma como ela foi concebida”, observa Ricardo Malta. Na avaliação do engenheiro, é importante ter a visão de que a sustentabilidade não se refere apenas a uma questão de eficiência ou aproveitamento de recursos. Para o gerente de projetos, a aplicação de soluções sustentáveis, em uma instituição pública, além de trazer economia de recursos financeiros, contribui para a necessária mudança cultural e para a disseminação do conceito de sustentabilidade, mantendo esse tema em pauta. “Ao adotar soluções sustentáveis, e manter essa preocupação como uma de suas diretrizes, o Judiciário mineiro se mostra como um exemplo para a iniciativa privada e para os usuários da justiça”, avalia. No TJMG, a preocupação com a sustentabilidade das edificações insere-se dentro de um movimento maior, o Plano de Logística Sustentável (PLS), que tem por objetivo disseminar a cultura da sustentabilidade no Tribunal mineiro. Além do investimento em prédios sustentáveis e na qualidade de vida dos colaboradores, a iniciativa envolve ações de incentivo e conscientização, mecanismos de controle e monitoramento de compras, descarte de materiais, entre outros aspectos.
21/11/2018 (00:00)
Visitas no site:  1769294
© 2024 Todos os direitos reservados - Certificado e desenvolvido pelo PROMAD - Programa Nacional de Modernização da Advocacia